sexta-feira, 25 de julho de 2008

DO SONHO À REALIDADE

Desde que atingi a minha maturidade motociclistica (se é que isso existe :D) que sonhei em percorrer longas estradas, sentir o vento na face, apreciar remotas paisagens de cortar a respiração.
Naturalmente e sem esforço, os pensamentos convergiam para a "Mother Road" a Route 66, O icone da liberdade e do espírito de aventura e mudança.
O 'bichinho' começava a morder.
"Um dia vou fazer a Route 66 de mota" ... o "um dia" foi retirado da equação !
Foi algo que não era possível mais conter.
Se pedirem para apontar as razões do "porquê agora?", poderia dizer que é uma boa altura visto que o Dólar está barato, que as condições climatéricas são propícias, etc., mas a resposta mais verdadeira seria "porque sim".
É como se algo me atraísse cada vez mais para aquela, e só aquela estrada.
É inexplicável.
Por isso decidi avançar.
Primeira quinzena de Setembro de 2008 será a data para viagem.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

INTRODUÇÃO À ROUTE 66

A Route 66 foi uma estrada histórica nos Estados Unidos da América que ia desde Chicago até Los Angeles.
Atravessava o Midwest Americano, as grandes planícies e o Sudoeste.
A Route 66 é ainda um dos icones da América, tanto para os próprios americanos como para os estrangeiros.
Representa uma variedade de ideais: Liberdade, Individualidade, Aventura.


A 11 de Novembro de 1926, o governo federal ordenou a construção desta estrada, que foi inaugurada em 1928, apesar da maior parte dos trajectos só ter sido alcatroada décadas depois, o traçado da Route 66 não era linear mas sim diagonal, ligando centenas de comunidades rurais permitindo o transporte de cereais. A importância desta estrada transformou-a em 1930 na maior rival do transporte ferroviário.
Em pouco tempo cativou a imaginação da América e foi ganhando misticismo e para muitos, a Route 66 simbolizou "o caminho para a oportunidade". John Steinbeck, no seu livro "As vinhas da ira", descreveu a migração pela Route 66 dos milhares de agricultores que abandovavam o coração de Kansas e Oklahoma, que durante a Grande Depressão partiam à procura de melhor sorte na California.
Steinbeck descrevia a estrada quase como uma força hostil, que sugava as forças, energias, dinheiro e entusiasmo dinheiro aos pobres e esperançosos agricultores.

Passada a segunda Guerra Mundial os americanos dispunham de uma grande rede rodoviária. Milhares de soldados, marinheiros e pilotos que receberam treino militar na Califórnia, Arizona, Novo México, Oklahoma e Texas abandonavam agora o inverno de Chicago e Nova Iorque e dirigiam-se para as terras mais quentes do sudoeste.


A partir dos anos 60 muitos dos seus trajectos foram substituidos ou desviados para estradas novas, mais largas, ou por auto-estradas mais rápidas e a estrada desgastada com o passar anos foi desactivada.
AS paisagens já não interessavam, o contacto com as pequenas comunidades foi decaíndo, cidades que viviam na e da Route 66 extinguiram-se e foram abandonadas; a ideia agora era chegar do ponto A ao ponto B, o mais rápido e no mais curto trajecto possível.
Mas o ideal permaneceu, a mistica sobreviveu, aquela aura do aventureiro recusou-se a morrer, e hoje em dia a estrada atingiu um estatuto de estrada histórica e uma atracção turística, e inclusivamente alguns estados e algumas associações decidiram preservar e requalificar os traçados originais, atraíndo assim mais viajantes.


Actualmente cerca de 85% do traçado original é transitável.